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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Daí a importância da LIBRAS no currículo tanto para surdos quanto para ouvintes.



A maioria das crianças surdas chega à escola sem uma língua, pois, no convívio familiar, não dispõe dos Sinais para ser sua primeira língua.Na maioria dos casos não há uma comunicação satisfatória entre o surdo e a família ouvinte, iniciando-se, aí, o processo de exclusão. E, normalmente a família compensa o sentimento de culpa, permitindo o comportamento “sem limites” a esse filho, que se aproveita da situação, contribuindo para a dificuldade de uma vida adulta independente e feliz .Então, quanto mais cedo a criança surda entrar em contato com a LIBRAS, melhor para seu processo de desenvolvimento e para que obtenha pré-requisitos para a aquisição da segunda língua - a Língua Portuguesa – que deve ser ensinada de forma diferente para os surdos com estratégias e técnicas próprias.Assim, o aluno deve ser incentivado a desenvolver a língua de sinais, para que ele possa fazer parte de um mundo da estruturação de pensamento, pois quem não domina uma linguagem não tem pensamento bem estruturado.E é a escola que deve criar um ambiente lingüístico adequado, assegurando-lhe desenvolvimento sócio-emocional, assim, também, como o de seus pais, com atividades voltadas para tal. Para que isso aconteça espera-se que a escola desenvolva um trabalho educacional com ênfase nos pontos fortes da criança e, não para o que lhe falta, a fim de que sejam respeitadas as diferenças. É no sistema de LIBRAS que as interações e a comunicação têm maior êxito.A surdez não é uma incapacidade, mas uma diferença. Assim, o surdo apreende o conhecimento preferencialmente pelo canal visual - o seu ponto forte. Dessa forma a escola, atenta a esse aspecto, alicerçará seu projeto educativo a partir desse enfoque.É imprescindível que os responsáveis pelo ensino do surdo estabeleçam uma pedagogia onde cada educador seja operante competente e responsável pela contribuição de um ensino de qualidade ao surdo. Assim estará garantida a sua inclusão social, levando-o à qualificação tal qual o ouvinte.Com paciência e atenção faremos com que a barreira da comunicação entre surdos e ouvintes se desmorone, proporcionando a ambos uma vivência plena.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Adequar é o caminho..



Imagine um cenário de sonho: sala bem equipada, laboratório e biblioteca completos, professores auxiliares e uma turma atenta, ávida para ouvi-lo e interessada em trabalhar. Agora, professor, responda com franqueza: todos esses estudantes vão aprender da mesma forma tudo o que você ensinar? Quem está há algum tempo à frente de um quadro-negro sabe que a resposta é não. Um aluno nunca é igual a outro. Perceber o potencial de cada um e atingir a classe inteira é um desafio contínuo que muitas vezes parece mais difícil do que encontrar a sala dos sonhos do cenário acima. Para chegar lá, além de estudar muito e se aprimorar sempre, é necessário saber ser flexível. Durante o planejamento de suas aulas, você - com a ajuda da coordenação pedagógica e de colegas - deve encontrar novas formas de ensinar. Essa tarefa, que já é importante normalmente, se torna imprescindível quando há na classe alunos com necessidades educacionais especiais. As principais flexibilizações a serem feitas referem-se a quatro aspectos.


ESPAÇO: Adaptação do ambiente escolar para permitir que todos tenham acesso às dependências da escola. Isso inclui rampas e elevadores, mas não só. Entram aí também o reordenamento da sala de aula, por exemplo, e a identificação de materiais em braile para que um cego possa se locomover e encontrar o que procura com autonomia.


TEMPO: Determinação de um período maior para que crianças e jovens possam retomar conteúdos, realizar tarefas mais complexas, entregar trabalhos e realizar provas. Um surdo pode precisar disso nas aulas de Língua Portuguesa, por exemplo, quando tiver de redigir um texto.



CONTEÚDO: Adequação do programa previsto no currículo ou no planejamento de cada aula com o objetivo de garantir que estudantes com necessidades educacionais especiais aprendam bem parte da matéria, em lugar de se dispersar por enfrentar desafios acima de suas possibilidades. Uma criança com síndrome de Down que não consegue fazer cálculos mais complexos sobre juros, por exemplo, tem condições de aprender a calcular o troco numa compra.


RECURSOS: Busca de materiais didáticos ou de outras estratégias para ensinar determinados conteúdos, facilitando a aprendizagem. É a mais comum, geralmente relacionada a todos os tipos de deficiência. Cada uma delas será tratada em quatro reportagens publicadas nas próximas páginas. Porém, nas histórias de 15 colegas que incorporaram essas diferenciações em sua prática, fica fácil perceber que uma vem sempre acompanhada de outra. Ao mesmo tempo em que um professor estende o período determinado para um trabalho, oferece um material alternativo a quem precisa. Essa abertura, no entanto, não basta se as atividades, em si, não tiverem qualidade.


Por isso, NOVA ESCOLA apresenta também planos de aula baseados nas propostas desses educadores. Você vai perceber que, quando a aula é bem sistematizada, muitas das flexibilizações beneficiam não só os que têm deficiência, mas a classe inteira. E todos aprendem.


Publicado em , Julho 2009, com o título Inclusão pede flexibilização

domingo, 27 de novembro de 2011

Inclusão como uma abordagem de princípios à educação






A ideia de sustentabilidade conecta inclusão ao objetivo mais fundamental da educação: preparar crianças e jovens para formas sustentáveis de vida dentro de comunidades e de ambientes sustentáveis. Em uma época em que o aquecimento global é, sem dúvida, a questão mais importante que afeta todos no planeta, a inclusão deve certamente estar preocupada em incorporar no âmbito da educação uma compreensão e respostas a esta questão. Direito abarca o reconhecimento e a convicção de que crianças e jovens têm direito a uma educação mais ampla, ao apoio apropriado e a frequentar a escola local.



No entanto, tal elucidação só nos leva a determinado caminho. Precisamos saber não só o que esses valores significam, mas também suas implicações na prática, e como eles podem ser colocados em prática. Com isso em mente, do nosso ponto de vista, a inclusão envolve:



• Os processos de aumentar a participação de estudantes e a redução de sua exclusão de currículos, culturas e comunidades de escolas locais.
• Reestruturação de culturas, políticas e práticas em escolas de forma que respondam à diversidade de estudantes em suas localidades.
• A presença, a participação e a realização de todos os estudantes vulneráveis a pressões exclusivas, não somente aqueles com deficiências ou aqueles categorizados como “pessoas com necessidades educacionais especiais”.



Vários aspectos destas caracterizações de inclusão têm importância especial: a inclusão abrange todas as crianças e jovens nas escolas; está focada na presença, na participação e na realização; inclusão e exclusão estão vinculadas, de maneira que a inclusão envolve o combate ativo à exclusão; a inclusão é vista como um processo sem fim. Assim, uma escola inclusiva é aquela que está evoluindo, e não aquela que já atingiu um estado perfeito.
Entre as desvantagens deste ponto de vista está a identificação da educação como escolarização, enquanto nós vemos a escola apenas como um dos espaços da educação dentro das comunidades. Nesse sentido, consideramos que o papel das escolas é dar apoio à educação das comunidades e não de monopolizá-las.



Gostaríamos também de enfatizar o significado da participação dos funcionários das escolas,
pais/responsáveis e outros membros da comunidade. Parece-nos que não iremos muito longe no apoio à participação e ao aprendizado dos estudantes se rejeitarmos identidades e históricos familiares, ou se decidirmos não encorajar a participação dos funcionários da escola em decisões sobre atividades de ensino e aprendizado.



Gostaríamos também de conectar inclusão/exclusão na educação, de forma mais abrangente, com pressões inclusivas e exclusivas na sociedade.